Sob o título de “Já chega disto, Brasil” o jornalista Leonídio Paulo Ferreira do DN dizem um treco que: “Depois dos fulgurantes anos sob liderança de Lula da Silva, em que o Brasil subiu até ao sexto lugar das potências econômicas, os tempos tinham sido de derrapagem, uma quebra para nono lugar, atrás agora da Itália.”
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Em outro trecho Leonídio diz que: “Em 200
milhões de brasileiros não falta de certeza gente séria e capaz. Já chega
disto, Brasil.”
Veja abaixo a matéria completa
“Já chega disto, Brasil
Por Leonídio Paulo Ferreira
Digamos que Michel Temer não se tornou presidente da
melhor maneira do quinto maior país do mundo, também o quinto mais populoso.
Afinal beneficiou da atribulada e polémica destituição de Dilma Rousseff, de
quem era vice, para chegar ao mais alto cargo do Brasil em 2016.
Mas mesmo assente num processo claramente político que
dividiu o Brasil, a ascensão de Temer teve o mérito inicial de devolver alguma
normalidade institucional e de tranquilizar bastante os meios empresariais: o
crescimento de pouco mais de 1% no primeiro trimestre deste ano, embora tímido,
dá alguma razão a esta leitura benigna dos factos, até porque tanto em 2016
como em 2015, em pleno segundo mandato de Rousseff como presidente da
República, a economia contraiu-se quase 4%.
Ora com o Brasil agora de novo a crescer, algum otimismo
estava também a regressar ao país e ao seu povo. Depois dos fulgurantes anos
sob liderança de Lula da Silva, em que o Brasil subiu até ao sexto lugar das
potências económicas, os tempos tinham sido de derrapagem, uma quebra para nono
lugar, atrás agora da Itália. Com Temer, ou apesar de Temer, o Brasil parecia
estar a começar a recompor-se, mesmo que as acusações de corrupção contra Dilma
e Lula deixassem milhões em desespero ou pela queda em desgraça dos seus heróis
ou por verem por trás dela o revanchismo dos velhos poderes instalados.
Renuncia ou não, Temer, depois de envolvido em mais um
escândalo? Esperará o Brasil ou não por novo voto só em 2018, ou haverá diretas
já se o presidente cair? São questões pertinentes. Mas a mais importante de
todas parece-me ser outra: quando vai o povo brasileiro renovar uma classe
política que não só desilude pelos escândalos contínuos como sobretudo
prejudica a imagem e a realidade de um país tão cheio de potencial?
Em 200 milhões de brasileiros não falta de certeza gente
séria e capaz. Já chega disto, Brasil.”
Postado originalmente no DN/Portugal